Em plena Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, dados do Projeto Adolescentes Mães, liderado pelo Hospital Moinhos de Vento, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) do Ministério da Saúde, mostra que 20% das mulheres adolescentes afirmam não ter conhecimento sobre métodos para evitar a gravidez. Foram coletados dados de 1.177 mulheres provenientes de cinco regiões do país.
Para o Dr. Carlos Alberto Politano, membro da Comissão de Anticoncepção da Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), a educação sexual deve abranger vários setores, como campanhas, escolas, famílias e os sistemas de saúde público e privado. “Estudos escolares indicam um déficit de conhecimento entre adolescentes sobre temas, especialmente a anatomia e fisiologia dos órgãos reprodutores. Durante práticas educativas, os métodos mais abordados foram a camisinha masculina e a pílula anticoncepcional. Jogos educativos, como memória, dominó e quiz, devem integrar programas de educação sexual regulares nas escolas”, enfatiza.
É importante salientar que a Constituição brasileira, no artigo 226, assegura o direito ao planejamento familiar. Além disso, o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8069, de 13-07-90) aborda questões relevantes relacionadas ao atendimento de adolescentes que buscam métodos contraceptivos, com base nos direitos à privacidade e à confidencialidade.
O médico alerta: “Omitir-se a conversar com o adolescente sobre anticoncepção ou oferecê-la nas situações necessárias pode ser considerado uma violação do direito da adolescente, pois ela deve sempre ser informada sobre os cuidados disponíveis para sua segurança. A adolescente tem direito à privacidade, ou seja, de ser atendida sozinha, em um espaço privado de consulta. Dessa forma, o médico poderá discutir qual método é ideal para aquela adolescente, sempre informando que todos os métodos, quando não utilizados corretamente, têm uma eficácia reduzida”.
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